quarta-feira, 7 de novembro de 2012
MEDO DA ESCURIDÃO E DO PAPÃO
Tempo de menino em que eu temia a escuridão e o papão.
Usava bibe e de pé sem meia, no chão,
Tinha vergonha das meninas,
Eram um papão.
Minhas faces ficavam vermelhas e ardentes como o Sol,
Fugia das meninas que me disputavam,
Ficava trancado em minha casa,
Apenas escutava.
Os Bakamas mascarados e de catana na mão me assustavam,
Com suas danças guerreiras e ameaçadoras,
Ensaiavam cenas de combate,
Temia um ataque.
O escuro e o papão faziam parte do meu difícil crescimento,
Acompanhavam-me a todo o momento,
Por tudo e por nada da minha vida,
Eram meu tormento.
Tive de crescer e conhecer melhor o Mundo e as pessoas,
Para ver que continuo com o escuro e o papão,
Que me condicionaram a vida,
Muito sofrida.
Quem não conheceu a escuridão e o papão na infância,
Veio a conhecê-los em idade adulta,
Sem deles se poder libertar,
Tão pouco evitar.
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