quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O FAROL QUE SE APAGOU


O farol que avisava a navegação,
na minha criação,
já não existe. Apagou-se.
Hoje está abandonado, é ninho dos pássaros.
Ao contemplá-lo, fico em pedaços.
A saudade subsiste.

Farol da minha adolescência, da minha vida,
os teus avisos de luz noturnos,
acalentava-me sonhos e namoros,
com a minha apaixonada,
de pele bronzeada,
que recordo com choros.

Os fins de tarde com o Sol a desaparecer,
proporcionava-me momentos de prazer,
com os beijos doces que trocávamos
e a luz do farol no mar a resplandecer,
abraçados no rebentar das ondas,
sem o perigo temer.

Perdi-te a ti e à minha amada para sempre.
Nunca mais soube dela, onde se encontra,
atroz desgosto o meu, sem cura,
que arrastarei para toda a vida,
como uma cruz dura,
que me causa profunda ferida.

Momentos bons e maus que já não contam,
minha vida tomou outro rumo,
o passado foi um mero acidente
da minha breve existência neste Mundo,
que se tornou imundo,
e inconveniente.



Sem comentários: