segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DA TERRA PARA AS NUVENS


Desliguei-me da terra, ando nas nuvens, ao sabor do vento,
Não sei para onde vou, o destino é incerto,
Vou pelo braço de um anjo,
De mim bem perto.

Perdi a memória, não sei o que me aconteceu, bruscamente,
Só sei que já não volto à terra, tudo acabou,
A vida foi curta e de surpresas,
Nunca me enganou.

Deixei na terra as minhas memórias inacabadas, guardadas,
Numa arca de ferro fechada a sete chaves,
Que trouxe comigo para as nuvens,
Sem entraves.

Vejo agora a terra minúscula a pairar no espaço sem fim,
Com os homens dentro dela a se digladiarem,
Pela posse do que não lhes pertence,
E tudo ignorarem.

Não sei se serei julgado por algum tribunal extra terrestre,
Por aquilo que me foi imposto fazer, contrariado,
Não tenho advogado, vou defender-me,
De ser condenado.

Vai ser difícil justificar-me apenas com os meus argumentos,
Pois agora sinto que todos me abandonaram,
Fiquei entregue a mim próprio,
Destruir-me juraram.













Sem comentários: