sábado, 27 de abril de 2013

A CASA DE PEDRA DA MINHA AVÓ


Não é possível a minha memória ser ingrata
E não recordar aquela casa de pedra pura,
Tinha primeiro andar e era bastante fria,
Cortejava uma ribeira d'água cristalina,
Que corria nervosa sobre areia e cascalho.

Abraçada por latadas e trepadeiras floridas,
Recolhia o variado estrume no primeiro piso
Pr'adubar os bataréus de diversas culturas,
Abastecendo a casa com os mantimentos
Que se juntavam à broa e sardinha assada.

A sopa de feijão forte e abundante hortaliça,
Refeição frugal de muitas e fortes calorias,
Davam-me força e as bastantes energias,
Pra andar de bicicleta e nadar no ribeiro,
Descansando após, à sombra das carvalhas.

Belos tempos esses da casa da minha avó,
Divertindo-me com as judiarias pra arreliar,
E obedecia, indo ao correio e às compras.
Terminadas as longas férias de dois meses,
Meu desejo maior era regressar às aulas.

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