domingo, 21 de março de 2010

IMAGINÁRIO

INÉDITO

Ao ver luz comecei a imaginar
A um Paraíso passar a pertencer,
Alimentado sonhos e projectos,
Desejando uma mulher conhecer,
Tranquilo sem me martirizar,
Ficar ligado por amor e afectos.

Fui caminhando inseguro, com fé,
Deslumbrei-me com surpresas,
Deixei-me embalar por promessas,
Passei a desconfiar sem tibiezas,
Quando fui arrastado pela maré,
Para o areal das praias desertas.


Tentei recompor-me e prosseguir,
Obstáculos continuei a encontrar,
Lutei para atingir meus ideais,
A Boa Fé serviu para me demarcar,
Fiquei isolado sem ver o porvir,
De patrimónios sólidos e reais.

Fui privado dos bens conquistados,
Por hordas de invasores ferozes,
Desapossado do património legítimo,
Dores e sofrimentos assaz atrozes,
Afastaram os projectos sonhados,
Reduziram-me a simples logaritmo.

Fui repelido para alem Atlântico,
Sem património material, só familiar,
Rumei para Portugal sem objectivos,
Encontrei obstáculos a derrotar,
Esforço hercúleo e messiânico,
Tive de empreender com malefícios.

Achei-me isolado e impotente,
Sem apoio e ideias para recomeçar,
Nem poupanças tinha para investir,
Esforcei-me por não me vitimizar,
Tornei-me sempre omnipresente,
Para objectivos procurar conseguir.

Depois de muito pela vida lutar,
Consegui educação dar aos filhos,
Netos e bisnetos me deram cedo,
Mais preocupações e sarilhos,
Não deixando de a todos amar,
Como ressurgindo do arvoredo.

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