domingo, 21 de março de 2010

OS TRÊS PATRIMÓNIOS


INÉDITO

Todo o indivíduo é detentor de três patrimónios que vai gerindo desde a nascença até à morte consoante as prioridades. Esses três patrimónios são o Familiar, o Intelectual e do Conhecimento e o Material.

Ao nascer, assume de imediato o património familiar a que se vai adaptando de acordo com a ambiência em que vive. Os seus laços familiares vão-se fortalecendo na medida da sua proximidade e intimidade e do amor e dos afectos que lhe são dispensados. Na idade que percorre até à adolescência, ignora os Patrimónios Intelectual e do Conhecimento e o Material. Depois da adolescência, com a entrada a sério nos Estudos, descobre a vertente Intelectual e vê-se confrontado com o primeiro apetite de posse que o desafia para o consumismo, subjacente ao Materialismo. Neste período começa a desvanecer-se a relação mais estreita com a família que passa para segundo lugar e tem primazia o Intelectual e o Conhecimento, ficando na terceira posição o Património Material.

Na fase intermédia da idade que se inicia com a conclusão dos Estudos e se entra na vida activa e construção de família própria, descura-se quase por completo o Património Intelectual e do Conhecimento que só interessa aos profissionais desta área e passa a dar-se atenção aos Patrimónios Familiar e Material. Estas prioridades têm poucas alternâncias até à idade da reforma, em que o Património Intelectual e do Conhecimento assume interesse relevante, enquanto que o Familiar e o Material passam para segundo e terceiro planos, respectivamente. Em certos momentos da vida, por incapacidade própria de impedir a intrusão de indivíduos sem escrúpulos e depredadores, perde-se a hegemonia e o consequente controle dos Patrimónios Familiar e Material, ficando apenas, como tábua de salvação, o Património Intelectual e o Conhecimento.

Esta é a realidade que não pode ser escamoteada por ser natural e evidente, não podendo sofrer grandes correcções, dadas as circunstâncias e condições em que o ser humano desenvolve as suas faculdades e necessidades, tanto vitais como supérfluas, em função do meio em que se acha inserido que hoje não é só local como é principalmente global.

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