domingo, 11 de setembro de 2011

CRÓNICA IMPROVISADA

(INÉDITO A PUBLICAR)

No relógio de parede da minha casa toca a meia-noite. A minha atenção é momentaneamente desviada do meu IPad, em que faço as minhas incursões de rotina pelos vários sites. Estou para, noite dentro, escrevinhar qualquer coisa que me desperte interesse. Quando não tenho matéria para uma crónica, recorro ao verso. Não sendo muito fácil de construir, dá-me outra motivação. Basta agarrar num tema que considere de interesse. Começo sempre pelo título. Através do título, desenvolvo com mais facilidade o conteúdo da poesia, imprimindo-lhe o ritmo e desenhando a rima mais adequada.

Sinto maior prazer na feitura de um verso do que na construção de uma crónica. No verso, exprimo com maior intensidade o meu sentir; este é mais verdadeiro. A crónica, se não traduzir verdade e desafio, não produz o efeito por mim desejado.

Veio-me à ideia, de repente, uma quadra que vou, de imediato, escrever:


Os momentos são muitos e diversos,

Que vivemos sós ou acompanhados,

Tristes e alegres, surgem dispersos,

Deixam-nos a vida toda, esperançados,


De imediato, o tema de uma crónica aflora a minha mente. Vou dar-lhe já um título definitivo "FALSAS PROMESSAS”. Alterei o provisório que era “O Mensageiro” por achar inapropriado:

É licenciado em engenharia, bem parecido, tem 39 anos e é politicamente independente. O partido de cujas listas fez parte, como 1ª figura, foi o mais votado nas últimas eleições autárquicas. A sua campanha foi feita baseada em promessas de que muita coisa se iria fazer em prol do concelho. Enganou-se, porém, pois não avaliou os recursos financeiros disponíveis para poder cumprir com as promessas feitas. Assim, o seu programa, ao fim do mandato de 4 anos, apenas foi executado em 40%, pelo que os eleitores lhe retiraram a sua confiança, perdendo as eleições. Com o presidente de outro partido que lhe sucedeu passou-se exactamente o mesmo caso. Quem foi enganado e viu o seu concelho definhar, foi o eleitorado. Uma grande parte deste deixou de votar nas eleições seguintes por não acreditar nas falsas promessas. Assim, se explica a elevada percentagem de abstenção verificada.

Deste modo, acabo por encerrar esta crónica solta, convencido que, por eventualmente não vir a ser lida por 10% dos leitores deste jornal, não terá qualquer impacto na opinião pública que continuará ao sabor das improvisações, tal como o seu Pais.

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