(Inédito)
Emigro pelas ruas do meu bairro, receoso,
Esgueiram-se estranhas e perfiladas figuras,
Arrisco minha curiosidade, ambicioso,
Receando percorrer becos e ruas escuras.
Noite de breu, cega e impenetrável,
Incerto cenário ameaçador e opaco,
Leitura dantesca, vil e inquestionável,
Temendo acabar por cair num buraco.
Não sei que caminhos sigo, porquê?
Sei apenas que piso pedras e calçadas,
Sem nada descobrir fico à mercê,
Mente vazia, mãos frias e calejadas.
Sinto-me perseguido por sombras,
Cobertas de negros e longos lençóis,
Parecem elefantes com suas trombas,
Ameaçadores, vindos de outros sois.
Alcanço por fim ansioso a minha casa,
Onde me aguarda a família e o sossego,
Respiro e aqueço-me à.lareira em brasa,
Desfrutando do conforto e aconchego.
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