terça-feira, 27 de setembro de 2011

NOITE DE PESADELO

(Inédito)

Emigro pelas ruas do meu bairro, receoso,

Esgueiram-se estranhas e perfiladas figuras,

Arrisco minha curiosidade, ambicioso,

Receando percorrer becos e ruas escuras.


Noite de breu, cega e impenetrável,

Incerto cenário ameaçador e opaco,

Leitura dantesca, vil e inquestionável,

Temendo acabar por cair num buraco.


Não sei que caminhos sigo, porquê?

Sei apenas que piso pedras e calçadas,

Sem nada descobrir fico à mercê,

Mente vazia, mãos frias e calejadas.


Sinto-me perseguido por sombras,

Cobertas de negros e longos lençóis,

Parecem elefantes com suas trombas,

Ameaçadores, vindos de outros sois.


Alcanço por fim ansioso a minha casa,

Onde me aguarda a família e o sossego,

Respiro e aqueço-me à.lareira em brasa,

Desfrutando do conforto e aconchego.

Sem comentários: