segunda-feira, 21 de novembro de 2011

AVE MIGRATÓRIA



Transformei-me em ave migratória,

Para voltar a África que me espera,

Voei por terras de feitiço e memória,

Voltei à saudosa terra onde nascera


Disfarçado de pássaro de arribação,

Ninguém me reconheceu pousado,

No telhado da minha ex-habitação,

De que fui forçadamente espoliado.


Vi figuras estranhas e misteriosas,

Entrarem e saírem da minha casa,

Homens e mulheres, grande farra.


Vestuários de luxo e festas ruidosas.

Regressei frustrado, batendo as asas,

Deixei penas e lágrimas derramadas.

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