sábado, 26 de novembro de 2011

PONTAS SOLTAS DO MEU NOVELO


Tenho o meu novelo tão bem guardado,

Que não encontro as pontas soltas,

Entrei em estado desesperado,

Por linhas tortas.


Busquei e rebusquei meu baú no sótão,

Só encontrei velharias esquecidas,

Memórias da vida, pura ilusão,

Não mais vividas.


Das pontas soltas encontrei apenas uma,

A outra escondeu-se envergonhada,

Na noite de intensa bruma,

Para não ser encontrada.


A ponta que encontrei não foi o suficiente,

Para a vida resolver com sucesso,

Puxei longo tempo pela mente,

Para evitar retrocesso.


Nunca mais juntei as pontas soltas do novelo,

Para o desfiar durante a minha vida,

Com o melhor do meu zelo,

Ilusão perdida.


Vou deixar a todos os meus descendentes,

Com a maior tristeza e contrariado,

Pelas minhas forças impotentes,

De uma ponta ter largado.


Espero que eles encontrem a outra ponta,

E a ela se agarrem com vontade,

Vencendo eventual afronta,

Com apreço e verdade.


Todos unidos e de mãos firmes nas pontas,

Recomeçarão a caminhada correcta

Para recuperarem a herança

Perdida mas Certa,

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