Tenho o meu novelo tão bem guardado,
Que não encontro as pontas soltas,
Entrei em estado desesperado,
Por linhas tortas.
Busquei e rebusquei meu baú no sótão,
Só encontrei velharias esquecidas,
Memórias da vida, pura ilusão,
Não mais vividas.
Das pontas soltas encontrei apenas uma,
A outra escondeu-se envergonhada,
Na noite de intensa bruma,
Para não ser encontrada.
A ponta que encontrei não foi o suficiente,
Para a vida resolver com sucesso,
Puxei longo tempo pela mente,
Para evitar retrocesso.
Nunca mais juntei as pontas soltas do novelo,
Para o desfiar durante a minha vida,
Com o melhor do meu zelo,
Ilusão perdida.
Vou deixar a todos os meus descendentes,
Com a maior tristeza e contrariado,
Pelas minhas forças impotentes,
De uma ponta ter largado.
Espero que eles encontrem a outra ponta,
E a ela se agarrem com vontade,
Vencendo eventual afronta,
Com apreço e verdade.
Todos unidos e de mãos firmes nas pontas,
Recomeçarão a caminhada correcta
Para recuperarem a herança
Perdida mas Certa,
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