sábado, 11 de setembro de 2010

A COLONIZAÇÃO E A GLOBALIZAÇÃO

INÉDITO
Fenómenos estes, sociológicos, que influenciaram, profundamente, através dos séculos, a alteração da geografia e tradições e costumes, além da economia dos milhares de povos que habitaram e habitam o Planeta Terra.

A colonização foi exercida por diversas civilizações com custos e ganhos, tanto para os países colonizadores como para os colonizados, difíceis de contabilizar. Todavia, a história tem-nos revelado que os povos colonizados foram beneficiados com novos meios de progresso e civilização, possibilitando o seu desenvolvimento com a erradicação do seu primitivismo. Construíram-se novas estradas e pontes, instalaram-se fábricas, modernizou-se e desenvolveu-se a agricultura, ergueram-se aldeias, vilas e cidades, unificaram-se povos, fundaram-se nações e fundiram-se raças. Podemos concluir que o balanço da Colonização é positivo.

Quanto à Globalização, que substituiu a Colonização, verificamos que a sua acção tem sido prejudicial aos países a ela inevitavelmente sujeitos. O poderio económico, dos países globalizantes, exercido sobre os países globalizados, submete estes a regras que espartilham o seu desenvolvimento unilateral, devido à dependência económica a que ficam submetidos. O crescimento económico, aparentemente conseguido pelos países globalizados, não tem expressão redistributiva por reverter para os países dominantes e financiadores. Para além dos juros cobrados pelos financiamentos efectuados – em benefício de uma elite e não do Estado -, tiram partido das matérias-primas provenientes dos países globalizados (explorados).

A Nova Colonização (Globalização) está principalmente a afectar a vertente agrícola. As multinacionais querem cultivar matéria-prima capaz de produzir energia a ser utilizada nos países do Norte cada vez dela mais carenciados pelo crescendo do seu consumo. Os investidores abordam empresas agrícolas e os governos locais para adquirirem o máximo de terrenos aráveis para o cultivo de biocombustíveis, principalmente cana-de-açucar e palmeiras (óleo de palma). Estima-se que já tenham sido cedidos ou vendidos 5 milhões de hectares em todo o continente africano, uma área correspondente a mais de metade do território de Portugal. Este fenómeno priva a maior parte da população rural de explorar a agricultura, base essencial e ancestral da sua subsistência, fomentando a pobreza e a consequente indignação e protestos, como recentemente aconteceu em Moçambique e que poderá repetir-se, contagiando os países africanos afectados.(Parte desta informação foi extraída da revista “Visão”, nº 914).

Esta é a minha perspectiva que resulta da comparação que resolvi fazer entre a Colonização e a Globalização de que resultará uma crescente assimetria entre o estado económico-financeiro dos países dominantes e os dominados, pelo que aumentarão os índices de pobreza, das doenças, da iliteracia e inevitavelmente, das ondas migratórias das populações carenciadas, perseguidas e expulsas do seu habitat.



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