sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O ÓBVIO

PUBLICADO

Encontrei neste termo do nosso léxico a virtualidade que o impõe como o óbvio de tudo que de bom e mau acontece aos cidadãos e aos seus mandantes. O óbvio está presente na vida de cada um de nós.

Passemos em revista o que de mais flagrante se torna óbvio:
a) - É óbvio que não há vontade política em se resolverem, de comum consenso, os problemas que afectam a situação económico-financeira do País;
b) - é óbvio que os agentes ligados ao poder judicial não estão interessados em resolver os milhão e tal de processos pendentes; como é óbvio que o próprio poder judicial poderia sensibilizar a sociedade para que, por si própria – até com eventuais incentivos, com a redução de custas e emolumentos -, entrasse em diálogo e acordo nas partes dos processos para serem resolvidos extra-judicialmente. Talvez o volume de processo a resolver passasse para metade;
c) - é óbvio que os principais responsáveis pelos processos Casa Pia, Operação Furacão e outros não estão interessados que tenham uma conclusão breve e justa, evitando a sua prescrição;
d) - é óbvio que não há uma mobilização dos defensores dos direitos das pessoas, ao não defenderem a erradicação da prostituição exposta, em sítios inadequados como bermas de estradas e guetos, sem condições, podendo proteger essas meratrizes, instalando-as em casas próprias com condições sanitárias adequadas e maior controle;
e) – é óbvio que continua a facilitar-se a instalação de empresas, sem a mínima qualificação, quer dos empresários, quer de alguns dos seus colaboradores, advindo daí o seu fracasso e duração prematura;
f) – é óbvio que, sendo a OTOC a maior organização profissional do País, permite que os Técnicos Oficiais de Contas se tornem servidores do Estado e das Empresas, ao canalizarem os impostos cobrados a estes para aquele, ficando sujeitos a uma actualização dispendiosa e permanente das regras, com remunerações baixas e humilhações permanentes;
g) – é óbvio que é permitido às instituições bancárias cobrarem verbas desproporcionadas em comissões e serviços com mais-valias impensáveis e não permitidas às empresas privadas; Segundo os dados mais actualizados, as comissões cobradas pelos bancos aos seus cliente, já atingem cerca de 7,5 milhões de euros por dia.
h) – é óbvio que os jovens se sentem desmotivados e que os idosos desprotegidos e esquecidos (muitos, abandonados), por amigos, pela sociedade e até pelos próprios familiares;
i) – é óbvio que se debate nos areópagos do poder, “O Estado da Nação”, deixando por debater os verdadeiros problemas que atingem o cidadão que os mandatou para defenderem os seus direitos;
j) – é óbvio que o dinheiro dos nossos impostos é mal aplicado, como é óbvio não haver redução de despesas;
k) – é óbvio que cada vez é maior o fosso entre ricos e pobres, como é óbvio que o crescimento económico se concentra cada vez mais nos mesmos;
l) – é óbvio que todos nós somos cartas do mesmo baralho, viciado, em que uns quantos, para além de terem os trunfos, ainda recorrem à batota;
m) – é óbvio que haveria muitos mais itens dignos de menção, mas é óbvio que não adianta perder tempo e ocupar espaço inúteis.
;
Depois deste rendilhado de evidências, é óbvio que se não houver maior consciencialização de todos os cidadãos, que partilham da mesma Nação, do dever cívico e moral a aplicar para inverter o “Estado da Nação”, dificilmente recuperaremos da crise em que estamos mergulhados.


Sem comentários: