INÉDITO
Cigarro de forte nicotina, fumado dentro da boca, expelindo de quando em vez o fumo como uma chaminé, era o prazer máximo da vida quotidiana do Joaquim Maiembla. Quando nasci, nos anos 40 do século XX, já o Joaquim era quarentão. Possante, de perfeita compleição física, de rosto oblongo e olhos dóceis, o seu cabelo de carapinha era ralo, já com salpicos brancos.
Joaquim Maiembla foi muito novo trabalhar com meu pai e especializou-se em tarefas que só ele sabia manusear com perfeição. Era ele que torrava a “ginguba” (amendoim) e o café que eram vendidos na loja, em embrulhinhos de funil de papel de jornal, por 5 tostões. Este era também o custo de uma dúzia de bananas que ligava bem com a ginguba bem torradinha. Vendia-se centenas de pacotinhos diàriamente.
O Joaquim, para além de prestimoso e fiel colaborador, era generoso e de extrema bondade, com uma postura de verdadeiro cabindês. Contou-me meu pai que o Joaquim, na sua juventude, pegava com relativa facilidade, de baixo de cada braço, saquetas de 50 kgs. de coconote (caroço do déndém, fruto da palmeira). Eu juntava-me a ele com frequência para ouvir as suas histórias e compartilhar da sua comida africana apetitosa. O Joaquim tornou-se praticamente um membro da nossa família. Fez sempre questão de residir na sua casa, numa aldeia distante de Cabinda.
Todavia, nos últimos anos da sua vida octogenária quis viver o mais perto possível do seu local de trabalho. Construímos, nos arredores de Cabinda, uma casa de madeira com as condições exigidas para uma vida tranquila e concedemos-lhe uma pensão vitalícia. Já em Portugal soube da sua norte, que me deixou muito triste por ter perdido um verdadeiro amigo.
Cigarro de forte nicotina, fumado dentro da boca, expelindo de quando em vez o fumo como uma chaminé, era o prazer máximo da vida quotidiana do Joaquim Maiembla. Quando nasci, nos anos 40 do século XX, já o Joaquim era quarentão. Possante, de perfeita compleição física, de rosto oblongo e olhos dóceis, o seu cabelo de carapinha era ralo, já com salpicos brancos.
Joaquim Maiembla foi muito novo trabalhar com meu pai e especializou-se em tarefas que só ele sabia manusear com perfeição. Era ele que torrava a “ginguba” (amendoim) e o café que eram vendidos na loja, em embrulhinhos de funil de papel de jornal, por 5 tostões. Este era também o custo de uma dúzia de bananas que ligava bem com a ginguba bem torradinha. Vendia-se centenas de pacotinhos diàriamente.
O Joaquim, para além de prestimoso e fiel colaborador, era generoso e de extrema bondade, com uma postura de verdadeiro cabindês. Contou-me meu pai que o Joaquim, na sua juventude, pegava com relativa facilidade, de baixo de cada braço, saquetas de 50 kgs. de coconote (caroço do déndém, fruto da palmeira). Eu juntava-me a ele com frequência para ouvir as suas histórias e compartilhar da sua comida africana apetitosa. O Joaquim tornou-se praticamente um membro da nossa família. Fez sempre questão de residir na sua casa, numa aldeia distante de Cabinda.
Todavia, nos últimos anos da sua vida octogenária quis viver o mais perto possível do seu local de trabalho. Construímos, nos arredores de Cabinda, uma casa de madeira com as condições exigidas para uma vida tranquila e concedemos-lhe uma pensão vitalícia. Já em Portugal soube da sua norte, que me deixou muito triste por ter perdido um verdadeiro amigo.
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