sábado, 15 de janeiro de 2011

LÁGRIMAS


INÉDITO

Já não tenho lágrimas para chorar.
Derramei-as no lago da minha vida.
Amargas, ardentes e sofridas,
Procuro esquecê-las e não recordar.


Tentei a vida rever no lago,
Sem sucesso, de tão poluente,
Fiquei do futuro temente,
Morrer na cruz crucificado.


Fiquei árido como um deserto,
Boca seca, memória lavada,
Barco encalhado em enseada
Sonho desfeito, sono desperto.


Já não sei, só quero esquecer,
Todas as lágrimas derramadas,
Palavras ocas, mal interpretadas,
Que eu quis deixar morrer.


Paixões e Amores esquecidos,
Alegrias e Dores sentidas,
Amigos e inimigos, fantasias,
Projectos e sonhos preteridos.


A vida sem lágrimas, é nada.
As lágrimas são sinais de vida,
Vida intensa sofrida e sentida.
Só é vida quando muito amada.

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