terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SILÊNCIO E PROTESTO

INÉDITO

Faço do silêncio o meu talismã,
Só me ouço a mim próprio,
Sei o que sou e o que quero,
Recordo com saudade, minha irmã,
Por me ter levado ao promontório,
Que dobrei esperançado e crédulo.

Do outro lado da Boa Esperança,
Descobri um novo mundo,
Deslumbrado e surpreso fiquei,
Guardando bem fundo a esperança
De desvendar o Portugal profundo,
Com que há muito tempo sonhei.

Tornei-me cavaleiro andante,
Procurei trabalho e terras,
Encontrei portas fechadas,
Fui rotulado de vil tratante,
Ergueram-me vales e serras,
Atirado para celas encerradas.

Com Fé e muita perseverança,
Não desisti do meu caminho,
Sempre honesto e trabalhador,
Mantive acesa a luz da esperança,
Acompanhado, não sozinho,
Com a família, sempre batalhador,

Passados muitos anos fui premiado,
Com netos e bisnetos ao meu lado,
Pessoa justa e bem intencionada.
Profissional competente exaltado,
Por amigos e inimigos gabado,
Passei da vida activa à reformada.
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