sábado, 1 de janeiro de 2011

POBRES DE LUXO - VIVER FELIZ SEM DINHEIRO E SEM AMIGOS

INÉDITO

Parece uma utopia, mas é a realidade com que 2,5 milhões de portugueses se vêm confrontados e a que se habituaram para sobreviverem. Muitos foram removidos da classe média e ingressaram na nova classe de “pobres de luxo”.
É verdade, “pobres de luxo” é a designação mais apropriada que se pode atribuir a 25% da população portuguesa que aufere um rendimento inferior a 411,00 € por mês. Por que razão eu classifico esses cidadãos de “pobres de luxo”? Simplesmente por de repente terem sido obrigados a aceitar de um modo paciente e conformista a gestão da sua vida material e emocional em perfeita harmonia, compatibilizando as suas necessidades mínimas com as suas verdadeiras possibilidades. Acabaram por ser esquecidos pelos pseudo-amigos e alguns familiares que desertaram e passaram à clandestinidade, tornando-se, na maioria dos casos, incontactáveis.
Nos dias conturbados que vivemos, em que uma estirpe de indivíduos disputa com ganância desmedida usufruir do exclusivo direito de dispor dos bens terrenos, os mais desfavorecidos inventaram e puseram em prática uma filosofia de vida harmoniosa, gerindo a magra parcela desses bens que lhes cabe. Não têm a preocupação de gerir riqueza para além da que dispõem para sobreviver. Contrariamente, a classe abastada vive obcecada com a ideia de poder, eventualmente perder parte ou a totalidade do seu património e mordomias.

Pertencer aos “Pobres de luxo”, é saber viver feliz, sem dinheiro e sem amigos pelo tempo que a crise durar.

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