sábado, 1 de janeiro de 2011

O BOM POVO E O MAU ESTADO

INÉDITO

Porque razão coloco, neste tema, o Povo à frente do Estado? Simplesmente porque o Povo representa a verdadeira identidade da Nação. Todavia, a forma e o modelo em que o Estado está organizado, permite-lhe ter supremacia e dominar o Povo, tratando-o mal.
O Estado criou o seu sistema de organização como um verdadeiro escudo impenetrável, isolando completamente o Povo e protegendo as suas classes preferenciais colaborantes: os poderes político e financeiro. O Povo, marginalizado e sujeito às regras e directrizes emanadas do Estado, não tem condições para poder fazer as suas opções mais consentâneas com as suas verdadeiras capacidades. As exigências do Estado são castradoras dos mais elementares direitos do Povo. Essas exigências passam pelos impostos directos e indirectos, pelo consentimento do emprego precário, a recibo verde, pelo ensino técnico subaproveitado, pela inacessibilidade à justiça, pelo desincentivo à iniciativa individual, etc...
Por esta razão todo o crescimento económico que o Povo produz tem uma sub-mais-valia, Além disso essa deficiente mais-valia é absorvida pela máquina do Estado, com as suas despesas correntes e juros da sua dívida, aumentando, por outro lado, o enriquecimento de todo o sistema financeiro e político. As sobras são para o Povo que, por serem insuficientes, vão aumentando o seu estado de pobreza. Resta a esta classe a solidariedade do próprio Povo que compartilha os seus parcos rendimentos com os mais necessitados, através de várias iniciativas, quer individuais, quer em grupo, como a campanha permanente do Banco Alimentar e outras Organizações de Solidariedade.
Como conclusão, enquanto o Estado continuar a concentrar todo o seu poder de decisão no seu sistema, ignorando o Povo, cavar-se-á cada vez mais o fosso entre os ricos e os pobres, como o reconheceu, recentemente, o próprio FMI. Todavia, este caminho poderá levar à recessão e à própria falência da Nação, que eu não desejo para os meus descendentes.

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