terça-feira, 3 de setembro de 2013

TRAVO AMARGO

Ficou-me um travo amargo por te ter perdido,
Não contava tal traição, fiquei muito ofendido,
Dei-te tudo o que me pedias, achaste pouco,
Por me teres abandonado, estou quáse louco.

Este travo amargo q'eu sinto é tão venenoso,
Que receio não me passar, sem sofrimento,
Nem encontrar antídoto p'ro meu tormento,
Só tu poderás dar-me um gosto saboroso.

Por seres tâo orgulhosa com'a Cleóptra,
Vais deixar q'eu seja assim envenenado,
Como foi o seu amante, Marco António,
Que viu seu pedido de perdão, recusado.

Este travo amargo será cada vez maior,
Quanto mais t'afastares e me recusares,
Só poderei tratar-me com contraveneno
Que me chegar com amor mais ameno.

Ruy Serrano, 02.08.2013, às 23:45 H

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