sábado, 22 de outubro de 2011

ESTAR DISPONÍVEL

(INÉDITO)

Nunca na minha vida estive tão disponível como agora. Desde que me reformei que fiquei mais liberto para mim e mais à disposição da minha família. Os meus netos e bisnetos monopolizaram as minhas atenções. Deram uma outra dimensão às minhas prioridades que passam pela minha sensibilidade espiritual em detrimento do interesse material.

Hoje, passei a encarar a vida como um meio para se cultivarem laços sólidos de solidariedade com os outros seres humanos e o respeito por todas as forças da natureza.A maneira mais eficaz para o conseguir, no que me diz respeito, é servir-me da literatura, publicando mensagens através de crónicas e versos. Sei que sou um simples curioso e amador da escrita, mas esforço-me por me fazer compreender. Pena tenho que o elevado índice de iliteracia seja um obstáculo à divulgação dos meus textos, que são lidos por apenas 1% dos residentes na minha comunidade.
Este obscurantismo, em que a maior parte das pessoas vive, contribui em grande parte para o atrofiamento do nosso País. Devido à insuficiência de informação, as pessoas não podem tomar as decisões mais ponderadas e úteis, quando são chamadas a pronunciar-se. Instala-se nos espíritos pensamentos confusos que toldam o raciocínio e a consequente participação na vida comunitária.

Deixam-se as decisões ao critério prepotente das elites que se esquecem dos que lhes proporcionaram esse privilégio. E assim perpetua-se no tempo e no espaço a doutrina imposta pelos “iluminados”, com consequências nocivas para o progresso sustentável do nosso País.

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