quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ALMA CHEIA, MÃOS VAZIAS

VERSOS INÉDITOS

Olho para as minhas mãos em vão,
Vazias as vejo sem nada de nada.
Nos meus sonhos, cheias é ilusão
De tanta promessa falsa esperada.

Dissipados os tempos de mãos cheias,
Tempos presentes surgiram com nada.
Apenas sobras e imagens frias e feias.
Acabei por dar o pouco que me sobrava.

Na vida, sério e trabalhador mostrei ser,
Cumpri com as regras de lutas leais.
Surpreendido, não consegui a lei manter,
Atraiçoado fui por golpes baixos e desleais

De todas as direcções partiram setas,
Tentando atingir-me mortalmente.
Resisti ferido, não desistindo das metas
Ambicionadas a alcançar moralmente.

Cheguei ao fim de mãos rugosas e vazias,
De coração dilacerado a palpitar
Depois de acordar de sonhos e profecias,
Sem ninguém em especial para recordar.

De tudo, o nada me ter sobrado,
Como guerreiro que não desarma,
Não desisti da guerra, vivalma,
De coragem e vida fui inspirado.

Da vida o último capítulo foi encerrado,
Com as mãos vazias e o olhar no infinito,
Alma cheia, ansiando por ser lembrado,
Por tudo que me é justamente merecido.

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