terça-feira, 16 de setembro de 2008

ÁGUAS PASSADAS

VERSOS INÉDITOS

Águas mornas, azuis e transparentes
Passaram velozes à minha frente,
Indiferentes.

Vi nelas bruscamente,
O reflexo do meu rosto
Perplexo e indisposto,
Observando indefinidamente
O passado e o presente,
Prevendo o futuro
Misterioso e secreto

Águas que ao passar, não vão voltar,
Levaram consigo os meus sonhos,
Deixaram-me as recordações e o
Pesar.
Alegrias, tristezas e esperanças
Diluídas no cacimbo das manhãs,
Húmidas, de cheiros fortes, verdadeiros
Titãs

Águas tornadas imundas e turvas,
De tudo com que consigo arrastaram,
Fazem esquecer do quão tristemente
Sujas.

Nem o filtro do tempo já ido
Purificou as águas conspurcadas,
Levadas pela ira das chuvas para a
Eternidade.

Águas que em turbilhão e velozes
Apressadamente correram para o mar,
Fugindo dos demónios da Terra,
Atrozes.

No oceano das recordações vivas,
Na angústia, dos tempos, mergulhadas,
As águas encontraram por fim,
As Ninfas desejadas.




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