terça-feira, 16 de setembro de 2008

VENTOS DO SUL

VERSOS INÉDITOS

Invisíveis e velozes, passam os ventos
Vindos do Sul, mudos e cegos,
Sem novidades nem promessas,
Apressados e silenciosos.

Temeroso da sua violência,
Deixo-os passar para o seu destino,
Tentando em vão perceber,
A mensagem que não adivinho.

Serão promessas vãs de bons tempos,
Ou serão eternas ameaças veladas,
Permaneço ignorante e expectante
Por notícias breves esperadas.

Esperei minutos, horas, dias,
Meses, anos e até décadas,
Senti o vazio do chamamento
Com os ventos indiferentes

Os ventos um dia me trouxeram
Alguém que meu amigo dissera
Ser de peito e de verdade. Mentira,
Pura ilusão e sonho desfeito

Os ventos assim o trouxeram,
Os ventos assim o levaram,
Meu amigo não era com certeza,
Da minha situação não se compadecera.

Muitos mais anos em vão esperei,
Por novos ventos com boas novas.
Apenas tempestades semeei
E frutos não pude colher.

Sem bonança nem Paz resisti,
Lutei, desbravei mil caminhos.
Portas de ferro e aço fechadas,
Portas trancadas, descobri.

Filhos, netos e bisnetos vi nascer,
Com ventos de má feição, permanentes,
Nunca me sentindo derrotado
Antes fortalecido e esperançado.

Com muita Fé, ainda creio
Que os ventos irão mudar,
Vindos de Sul com boas novas,
P´ra nossa vida melhorar


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