terça-feira, 16 de setembro de 2008

SOLIDÃO

Versos Inéditos

Sinto um vazio cheio de emoções,
Não sofro nem lamento as feridas,
Vivo e entranho sonhos e ilusões,
Projectos, ideias e obras preteridas.

Atento, ouço o eco do som do meu ego,
Tento acordar de um sonho profundo,
Abro os olhos, mantenho-me cego,
Permaneço só, isolado do Mundo.

Escuto o palpite do meu coração,
No tempo, inebriante e vertiginoso,
Cavalgando, sem parar, em vão…
Fugindo do supérfluo e malicioso.

Solitário, não triste, mantenho-me vivo,
Recordo a vida que passou e não vivi,
Ganhei força e ânimo, ainda sobrevivo,
Vivendo feliz e grato pelo que sofri.

Alheio de mim, atento ao Mundo,
Vejo rostos felizes e amargurados,
Imagens velozes passam ao segundo,
Na mente do meu ideário fecundo.

Rugas, cicatrizes de golpes sofridos
Transparecem sem disfarce justificado.
Sinais brancos e negros esculpidos
No meu rosto sombrio, triste e fechado.

Tudo que me rodeia, ruídos e silêncios
Marcam a minha história curta e longa.
Verdades e mentiras, ódios tensos
Perdidos no oceano como uma onda.

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