sábado, 24 de março de 2012

A ÁRVORE DA MINHA VIDA


No jardim do meu quintal, nasceu e cresceu a árvore da minha vida,
Que meus pais semearam e onde colhi frutos maduros e saborosos,
Ricos de ensinamentos e sabedoria,
Momentos saudosos.

Essa árvore tornou-se grande, dela ainda se deliciaram meus filhos,
Quando a vida para eles começou a desabrochar, nosso aconchego.
Os seus olhos refletiam brilhos,
Doce sossego.

Gente estranha apareceu numa manhã húmida e cinzenta de cacimbo,
Invadiu o meu quintal, tomou conta do jardim e da minha árvore,
Comeu frutos de sabor acre,
É o meu símbolo.

Desgosto meu não ter dado a comer os frutos a meus netos e bisnetos,
Sentirem sabores deliciosos dos frutos africanos, únicos, cobiçados,
Que se tornaram amaldiçoados,
Por vilões abjetos.

Á árvore sentiu-se mal tratada, passou fome e sede e acabou por secar.
Ervas daninhas, mato e parasitas, depressa invadiram o belo jardim,
Maneira cruel e vil de o tratar,
Tão longe de mim.

Dessa árvore trouxe comigo algumas raízes que deram outra árvore,
Em terra baldia com dificuldades conseguida e à pressa amanhada,
Acabou todavia por ser invejada,
Puro folclore.

Com muita perseverança e coragem, nunca desisti de a árvore cuidar,
Rodeei-a de todos os cuidados, protegendo-a das constantes ameaças,
Sem dos meus direitos eu abicar.
Puras chalaças.

A árvore não produziu frutos suficientes para toda a família satisfazer,
Devido aos obstáculos e invejas ferozes e permanentes que enfrentei,
Acabei penalizado sem o merecer,
Por falta de lei.

A árvore perdeu a sua vitalidade e esmoreceu, diminuindo sua produção,
Obrigou a que a minha família procurasse longe outras árvores floridas,
Em terras bem tratadas e enriquecidas,
Com ambição,

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