quarta-feira, 28 de março de 2012

FIGURINHAS, FIGURAS E FIGURÕES

Este tema não tem cabimento na poesia, pelo que vou abordá-lo em prosa. Trata-se de personagens marcantes da nossa vida contemporânea, embora a sua existência já venha dos tempos primórdios da humanidade.

As figurinhas são pessoas que não têm influencia na sociedade em que se encontram inseridas por serem consideradas inúteis. De tão baixo que é o seu nível de vida, que a sua participação na sociedade é apenas figurativa, embora o seu número global seja dominante. As figurinhas limitam-se a sobreviver com os escassos recursos de que dispõem. Para além de não se sentirem predispostas ao trabalho, também são-lhes oferecidas poucas oportunidades.

Já as figuras pertencem à classe intermédia de indivíduos remediada que, por formação e estruturas familiares, têm uma participação activa com o seu trabalho qualificado na formação de riqueza. Por ironia e para seu mal, a maior parte da riqueza é absorvida pelos figurões, a quem as figuras prestam vassalagem.

Por último existem os figurões que, sem qualquer esforço e trabalho, dominam a situação, fechando-se no seu reduto, colhendo os frutos semeados e criados pelas figurinhas e figuras. Os figurões ainda se dão ao luxo de controlar e reprimir qualquer tentativa de emancipação das figurinhas e das figuras. Parece inacreditável mas os figurões são o número mais reduzido de indivíduos que compõem a sociedade actual. São eles que fabricam e aplicam as leis ao seu belo prazer, protegendo e blindando a sua classe privilegiada e fazendo-se remunerar por cifras astronómicas.

Pelos factos aqui descritos fica demonstrada a razão por que há tanto protesto e desordem ao nível planetário. As sociedades desmembram-se, deixando de ser homogéneas e entram em colapso, contribuindo para a derrocada das Nações. Muitas destas correm sério risco de perderem a sua independência, não só política como económica, tornando-se Nações pobres. O único factor que ainda pode unir as figurinhas, as figuras e os figurões, é a PÁTRIA, INDISSOLÚVEL E INSUBSTITUÍVEL.

Sem comentários: