domingo, 4 de março de 2012

A MINHA RUA


A minha rua já não é a mesma que eu conheci,
Rua dos Cavaleiros de Cristo, só tem o nome,
Era uma rua calma sem carros como eu a vivi,
Hoje é barulhenta, sofre de perigosa síndrome.

Três décadas passadas são as mesmas pessoas.
Sem se conhecerem, mal se cumprimentando,
Entram e saiem dos prédios como em canoas,
Em águas turvas contra a corrente navegando.

Muitas acabam por naufragar a meio caminho,
Levam consigo remorsos, deixando heranças,
Depois de uma vida passada sem esperanças.

Partem para a eternidade sem nenhum carinho,
Apenas chorados e lembrados com hipocrisia,
Por aqueles que o testamento lhes dá garantia.

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