terça-feira, 6 de março de 2012

PAÍS, ESTADO, NAÇÃO E PÁTRIA

Estamos perante quatro designações que nos parece querer dizer o mesmo. Todavia, para mim, cada um dos termos, na actual conjuntura universal, perde o seu significado comum para ter um significado próprio. Eu, que me tenho escusado a abordar temas de feição políticos, não resisti a tratar deste tema de acordo com a minha perspectiva e o meu sentimento pessoal.

Neste quadro actual político mundial, a componente financeira tem supremacia sobre todos os outros domínios, valendo-se da globalização para controlar os países de economias débeis. Portugal, como País europeu dependente da EU, é dos países que, pela sua fragilidade, foi vítima da globalização que o subjugou com as suas imposições e controle absoluto.

O Estado, detentor dos órgãos governativos, perdeu grande parte da sua autonomia constitucional por ter que cumprir com as regras fixadas pela troika. As leis que publicam são muito limitadas e têm a finalidade principal de agradar à troika.

A Nação que deveria ser a mesma que foi criada há nove séculos, está a perder as suas características por alienação de muito do seu património, tanto material como imaterial. Sinto que o povo português não se revê no País, Estado e Nação que até aqui era muito seu, revendo-se agora apenas na Sua Pátria que é una e inalienável. A Pátria não tem preço.

Eu deixei de acreditar na justiça social e recuperação da qualidade de vida a que tenho direito como a maioria dos portugueses. No meu caso particular, a minha vida tem sofrido reveses constantes: a perda do meu património material, em Cabinda, de cerca de cinco milhões de euros; a transferência da maior parte do meu património familiar para o estrangeiro: parte de uma herança com transitado em julgado para resolver, há cerca de 10 anos, de cerca de 150.000 euros; o pagamento obrigatório do imposto sucessório da minha parte na herança, antes dela ter sido resolvida; o congelamento da minha pensão de 392,50 euros mensal, depois de ter trabalhado durante 59 anos; a perda gradual de isenções e outros benefícios a que deveria ter direito por auferir pensão abaixo do salário mínimo, etc., etc…

Com todas estas realidades, comungo da mesma opinião do eminente professor e pensador José Gil, de que Portugal caiu num imenso vazio, e que eu acrescento, que apenas nos resta a nossa Pátria. É a ela que temos de nos manter ligados de corpo e alma para conservarmos a nossa identidade, único bem valorado que não podemos perder,

Será que podemos ter alguma esperança de Portugal, para além da Pátria, poder conseguir ultrapassar este momento de profunda crise, recuperando o estatuto de País e de Nação como Estado de direito reorganizado, implementando as leis mais justas para todos, passando a ser respeitado pela comunidade internacional?

Sem comentários: