domingo, 31 de julho de 2011

AS NOSSAS AMARRAS


(INÉDITO)

Todos nós temos amarras que nos prendem não só à vida, mas principalmente a projectos e objectivos, que se pretende atingir.

As amarras começam a surgir logo que temos vida no ventre da nossa mãe. À nascença, libertamo-nos dessas amarras e automaticamente nos agarramos a outras. São amarras que vão desde o aleitamento, passando pelo crescimento, pela instrução, pela adolescência e por toda a vida activa. Na idade da reforma, essas amarras ficam muito curtas e com pouca margem de mobilidade, ficando condicionadas pela eventual fragilidade dos seus próprios suportes e pelas condições de vida de cada um de nós.

As nossas amarras, hoje, não têm qualquer consistência, por serem afectadas pelas más condições sócio económicas que estamos a atravessar. Só uma auto-gestão muito rigorosa das nossas acções poderá consolidar as nossas amarras. Temos de estar atentos ao comportamento das nossas amarras, porque também estão sujeitas a actos maliciosos de terceiros que tentarão, por motivos diversos, cortá-las, deixando-nos à deriva. Este fenómeno é muito frequente acontecer e torna-se difícil, senão impossível, anular e repor a estabilidade perdida.

Sei que muitos leitores que tenham tido o incómodo de ler mais esta minha crónica, comentem que é tudo “narrativa delirante”, igual a muitas outras da minha lavra, mas sinto-me a vontade ao escrevê-las porque a minha disponibilidade actual de tempo, dá-me um maior poder de observação e análise dos fenómenos sociais que nos dias de hoje invadem as nossas vidas, tão diferentes e castradoras dos nossos mais elementares direitos, não obstante, por ironia, vivermos numa época considerada de “democracia”.

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