domingo, 28 de fevereiro de 2010

DÚVIDAS

Inédito

Duvido de tudo, de nada e de algo,
Duvido do que sou e não sou,
Duvido do passado, do presente
E do futuro, gosto amargo,
Duvido onde estive e onde estou,
Duvido de estar sempre ausente.


Duvido dos inimigos sem rosto,
Duvido dos colegas sem ética,
Duvido dos vizinhos olheiros,
Duvido dos amigos ao Sol posto,
Duvido das frases sem métrica,
Duvido dos infiéis e matreiros.


Duvido das mulheres submissas,
Duvido das prostitutas carinhosas,
Duvido das artistas e modelos,
Das suas plásticas movediças,
Duvido das misses bechigosas,
Das tatuagens nos tornozelos.


Duvido de promessas falsas,
Duvido de políticas erradas,
Duvido da Justiça e da Saúde,
Duvido de puras trapaças,
Duvido de ideias truncadas,
Duvido de elogios amiúde.


Duvido eternamente de tudo,
Duvido do Aquém e do Além.
Duvido de todos que cá estão,
Dos que foram para o Outro Mundo,
Duvido de quem muito e nada tem,
Duvido e duvidarei, eis a questão.

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