domingo, 28 de fevereiro de 2010

DINHEIRO COM ASAS

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Parece um tema tirado do “Conto Fantástico”, mas é simplesmente a imagem das características especiais que o dinheiro assumiu de há algum tempo para cá.

Gente com muito, pouco ou quase nada de dinheiro, esqueceu-se que o dinheiro tem de estar bem resguardado e investido com segurança para evitar que levante voo e não mais regresse. Contrariamente, constata-se que se descura esse cuidado, deixando que o belo prazer e sonhos cor-de-rosa alimentem e permitam a libertinagem do despesismo, para satisfação de prazeres pessoais. Assim, o dinheiro levanta voo e segue o seu rumo para destino incerto e definitivo. Por muitos apelos e choros que se manifestem à posterior nunca mais o dinheiro regressa. Só um “golpe de sorte” ou de “habilidade” poderá recuperá-lo.

De facto, a maior parte das pessoas acha-se inebriada com os euros (poucos ou muitos) que tem e não se sente mentalizado para o gerir de acordo com as suas necessidades mais urgentes, delapidando-o irremediavelmente. A ausência de um orçamento pessoal ou familiar está na base do descontrolo absoluto e irremediável. Na maioria dos casos, a inversão e reabilitação de atitudes passa por um redobrar de esforços dos aflitos, evitando que se torne tardia e impossível de conseguir.

Eis a razão porque cada vez há mais apostadores em jogos de azar, há mais desemprego, há mais subsídios, há mais conflitos, há mais protestos, há mais egoísmos, há mais invejas, há mais ambições desmesuradas, há mais descontentamentos, há mais fragilidades, convergindo toda esta amálgama de anátemas no sentido de se culpar única e exclusivamente o Estado que não é mais nem menos do que a incorporação de todos Nós.

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