quarta-feira, 8 de junho de 2011

A DIMENSÃO DO TERRORISMO

(ARTIGO PUBLICADO EM 27/10/2006,
NA "CIDADE DE TOMAR")


Todos sabemos que o terrorismo é um mal que perdura ao longo dos tempos, qual monstro hediondo criado e alimentado pelo ser humano à sua própria imagem, sendo hoje um flagelo muito mais violento e abrangente que em épocas anteriores. O terrorismo que vivemos é global e atravessa transversalmente todos os povos terrenos. Começa nas células familiares e termina no topo dos estados. Tem as mais diversas proveniências, mas assenta principalmente na ausência de educação e de tolerância. Estes princípios devem adquirir-se no seio familiar, continuados e reforçados nas escolas. Infelizmente, isso não se verifica, outrossim, constata-se, em muitas famílias, um procedimento inverso. Analisando esta problemática, com a devida atenção, verificamos que os exemplos partem dos pais, por diversos motivos: agressões verbais e corporais; ódios; invejas; ciúmes; dificuldades financeiras; luxúria, negligência de ganhos de instrução e cultura.
Fora dos lares a situação é agravada pelo contacto constante com os vícios quotidianos que envolvem uma sociedade artificial e consumista. Prevalece a inveja; o ódio; a provocação; o consumismo; a ociosidade; o desperdício e sobretudo a ambição desmesurada. Todos estes factores, por si, ou interligados, contribuem para actos de puro terrorismo. Daqui resulta, na quase totalidade dos casos, o corte de relações: familiares; de trabalho; institucionais e entre Estados.
O terrorismo é permanente e cada vez tem mais o beneplácito dos próprios Estados que, em vez de organizarem o modelo de sociedade adequado a uma convivência saudável e ao progresso social ideal, antes pelo contrário, dão mau exemplo, acirrando esses confrontos e praticando guerrilhas institucionais - autênticas batalhas campais. Na génese deste “status quo”estão a burocracia e a injustiça que imperam nos sistemas políticos instituídos.
Como resultado destas deformações civilizacionais que perpassam por todos os Estados, surgem as confrontações que, de verbais – de índole ideológica político-religiosa-, passam a conflitos armados, inicialmente pontuais e periódicos e mais recentemente a generalizados e reincidentes. A incapacidade e passividade evidenciadas pelas Nações Unidas de controlarem e regularem a ordem internacional, provocam desgoverno e prepotência das Nações que a compõem, dando lugar, a qualquer momento, a um conflito mundial em que todos perderão e ninguém lucrará. Ou todos os princípios que regem as sociedades e os povos vêm a sofrer uma inversão ou então resta-nos rezar para que não haja novo Apocalipse.


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