INÉDITO
Tenho fome do passado,
Do passado vivido
E sofrido.
Tenho fome das brincadeiras,
Brincadeiras divertidas,
Jamais esquecidas
Tenho fome dos banhos,
Banhos quentes da baía,
Iluminada pela lua.
Tenho fome do nascer do sol,
Vermelho e brilhante,
A crescer no horizonte.
Tenho fome das comidas e frutas,
Sabores únicos, tropicais,
Sempre gostosas.
Tenho fome dos matos e rios,
Densos de vida e cheiros,
Enleados ao meu corpo.
Tenho fome dos pássaros,
Do chilrear e múltiplas cores,
Agora em silêncio.
Tenho fome dos amigos,
Pretos, mulatos e brancos,
Distantes, mas presentes.
Tenho fome do ar e do sol,
Do mar e dos luares, sedutores,
Presos ao meu olhar.
Tenho fome das minhas coisas,
De valor motivo e tradicional,
Tristemente perdidas.
Tenho fome de poder perdoar,
Sem coragem para o fazer,
Enquanto não esquecer.
Sem comentários:
Enviar um comentário