Não
sinto nada nas minhas mãos, perdi o tacto,
Apenas
sinto que estão vazias, sem nada de nada.
O
que tinha era muito e alguém ficou com tudo,
Pouca
sorte a minha, ser invejado e não sortudo.
Perdi
meus haveres, perdi meus amores, estou só,
Minhas
mãos estão vazias, mas limpas e macias.
Não
as sujei com nada que me pese na consciência,
Tenho
de gerir a minha vida com muita paciência.
Ainda
não perdi a esperança de ter as mãos cheias,
Da
natureza, dum viver de qualidade e satisfação,
Por
gostar de mim e ter a bênção divina de Deus
Que
não me abandonou, nem nunca me dirá adeus.
Adeus
me dissera muita gente, que m’abandonou,
Não
justificando sua deserção, talvez por ambição
De
serem mais q’ eu e ficarem de mãos bem cheias,
Com
o que é meu e não lhes pertence, mãos alheias.
Sem comentários:
Enviar um comentário