quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SILÊNCIOS...

São tantos os silêncios que se tornam ruídos,
Nalguns silêncios ouço gritos, tiros e gemidos.
Nem todos os silêncios são mudos, eles falam,
Queixam-se do que se ouve e me mal tratam.

Não suporto tantos silêncios que me chegam,
São sintoma de que nada de verdade se diz,
Tudo o que me possa denegrir, eles inventam,
Por isso se fecham em silêncios, ideia infeliz.

Procurei decifrar os silêncios que fazem ecos,
Nas paredes da minha casa, de porta aberta,
P’ra receber quem me queira oferecer afectos,
Não quero q’os silêncios sejam praia deserta.

Os silêncios também ofendem, são cínicos,
Não têm coragem de acusar com verdade,
Falam por ecos e dardos sem sinceridade,
Q’atiram contra mim de longe, teledirigidos.


Ruy Serrano, 28.08.2013, às 17:30 H

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