sexta-feira, 23 de agosto de 2013

NOITE TROPICAL



À luz da vela fui deitar-me na minha cama de ferro,
Sobre um colchão de palha, desci o mosqueteiro,
Os mosquitos zuniam irritados e eu fiquei indiferente,
Adormeci a transpirar e na vida a pensar, sorridente.

Enquanto eu dormia, as baratas roíam-me as unhas
Dos dedos dos pés e os ratos passeavam p'lo chão.
Os macacos espreitavam através dalgumas janelas
As rãs com o seu coaxar, eram perfeitas tagarelas.

Nos altos eucaliptos africanos, os muitos pássaros,
Produziam seus cantares, os morcegos voavam
Em debandada em busca do seu manjar nocturno,
E eu na cama cheio de sono, com meu ar taciturno.

Ao nascer do sol, muito cedo, acordava cansado,
Com o tempo húmido bastante quente, eu suava,
Tomava um banho de água barrenta, não secava,
Era assim a nossa noite tropical, do meu passado.

Ruy Serrano, 22.08.2013, às 22:15 H

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