Estou
sempre a aprender até eu morrer,
O
que aprendi não é nada d'importante,
É
quási nada do q’inda estou a aprender,
É
um aprender de que não m'arrependo.
Ainda
estou a aprender como namorar,
É
a lição mais difícil p’ra eu aprender,
Nunca
saberei nada do verdadeiro amar,
É
uma arte que exige engenho e saber.
Também
de política não percebo nada,
Nem
quero nunca aprender, ignorante
Quero
ficar, sou do povo, sem fachada,
Assisto
ao espectáculo, muito distante.
Estou
sempre a aprender, tenho dúvidas,
Aprendo
com a vida, com a natureza,
Desconfio
de quem usar de subtileza
P’ra
m’ensinar, sem me causar feridas,
Até
ao último dia da minha vida, aprendo
Como
sofrer até morrer, de sorriso aberto,
Conformado
e resignado, ainda desperto,
Até
ao último minuto do eterno Advento.
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