segunda-feira, 2 de julho de 2012

A MINHA CADELINHA A MINHA DONA


Sinto e pressinto que a minha cadelinha é minha dona,
Sou eu que lhe obedeço, é ela que me orienta,
Leva-me ao sabor da trela,
Pelo caminho dela.

É ela que me leva ao parque, contorna o passeio e a relva,
Recebe piropos e festas dos seus muitos amigos,
Lança-me olhares de desafio,
Para meu martírio.

Tornou-se vaidosa mas muito zelosa da minha segurança,
Protege-me dos canídeos que nos perseguem,
Ladra e os afasta para longe,
Como eu fosse um monge.

Minhas palavras são por ela entendidas e embora obedecidas,
É ela que toma as principais iniciativas,
Faz propostas por brandos latidos,
Por mim compreendidos.

Sinto e pressinto que a minha cadelinha é minha dona,
Ela está sempre atenta à recolha do meu correio,
Toma conta de mim durante o dia em casa,
A sua fidelidade é clara.

Nunca se vai deitar no seu ninho, se eu ainda estiver acordado,
Só se deita, quando eu a levo ao seu cantinho,
Faço-lhe uma festa, ela lambe-me as mãos,
Recebo as suas bênçãos.

Cada vez mais me convenço que a cadelinha é minha dona,
Por isso a trato com meiguices e o devido respeito,
Para sermos sempre sinceros amigos,
E enfrentarmos os inimigos.


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