Perguntei à Lua o que fazia ela lá tão alto,
Ela respondeu-me que observava a Terra,
Para se certificar como eram os homens,
Pois lhe apetecia experimentar um salto,
E confirmar o que lhe parecia ser miséria,
Greves, guerras e recorrentes desordens,
A lua nova esconde-se para se defender
Das curiosidades dos terrestres que vêm
Nela um planeta virgem a ser explorado.
A lua recusa-se, não quer cortejada ser,
Sabe que os homens ainda nela mantêm
Interesse, intenso e agressivo, declarado.
Passa pela fase crescente para disfarçar
O receio da Terra aumentar sua vontade
De a invadir e a desflorar com violência.
Deixa que a Terra descubra sem a violar,
Os encantos e mistérios da sua mocidade,
Para manter a sua virgindade e inocência.
Vendo que a Terra não desiste, fica cheia
De claridade, convidando os namorados
A se beijaram e abraçarem com a sua luz,
A Terra não se apercebe da Lua matreira,
Que pretende ver os humanos humilhados,
Com cenas ousadas, obscenas e seus nus.
Para evitar uma invasão da Terra vingativa,
A Lua se resguarda e mergulha no escuro,
Retirando à Terra as malévolas intenções
De a desflorar e escravizar para toda a vida,
Guardando os seus segredos com um muro
E a ameaça da ira e explosão dos vulcões
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