O verão chega tão discreto e cauteloso
Que mal aquece e por vezes arrefece,
Já não é o Verão normal, surpreende,
Aparece sorrateiro, até mais manhoso.
O Verão já não aquece o nosso corpo
Nem a nossa alma e já não reconheço
A vocação, e seu mistério desconheço.
O aparecimento do Verão é um aborto.
O Verão é muito mais curto e distante,
Cortou relações com a Terra, zangado,
Passou a mal agradecido e despeitado.
Foi a Terra a única culpada e vil tratante,
Desrespeitou o Verão com os incêndios,
Secas, fome e miséria, com dispêndios.
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